Monday, October 1, 2007

Jogo dos sete erros

  1. Loja em shopping na Zona Sul de São Paulo é roubada;
  2. Pela segunda vez nesse ano;
  3. Vigia é baleado;
  4. Disparo provoca pânico no shopping;
  5. Lojas são invadidas por pessoas assustadas;
  6. Vendedores trancam as portas das lojas para não serem furtados;
  7. O supermercado Carrefour não trancou as portas e foi lesado por várias clientes que saíram com carrinhos cheios e não pagaram na confusão.

Wednesday, August 29, 2007

Onde está Ali Babá?

Esta semana entra para a história do judiciário brasileiro. Terminou na terça-feira, dia 28 de agosto, a apreciação da denúncia do Procurador-Geral da República contra 40 envolvidos no famoso esquema do mensalão.
É verdade que o fator tempo ainda é um problema, já que esta história veio à tona em maio de 2005. Mas só de saber que houve uma denúncia, é uma vitória a ser comemorada. Ainda está presente a lembrança do apelido dado ao cargo de Procurador-Geral da República, também conhecido por Engavetador-Geral da República, pela ausência de denúncias efetivas contra agentes políticos importantes.
Uma outra vitória é ver que a apreciação da denúncia foi, dentro do possível, um grande evento jurídico. Não dá para imaginar que o plenário do Supremo consiga, de alguma forma, ser um palco apolítico. Apartidário, sim, isso é fundamental. Mas não apolítico - seria tão falacioso quanto acreditar na imparcialidade dos cientistas sociais, teoria que há muito foi superada. Mas as denúncias foram analisadas de forma didática - muito melhor que muitas aulas de direito em pseudo-faculdades Brasil a fora (e a dentro também).
Traz um ar de seriedade ao debate o fato de os Ministros discutirem a precisão do significado de quadrilha e organização criminosa, se a associação para o crime é ou não um crime autônomo. Foi, definitivamente, um bonito espetáculo jurídico, televisionado, reportado e fotografado com ares de democracia - ainda que, no meu entendimento, fotografar e-mails em computadores alheios não seja tão democrático assim.
Também vejo com bons olhos o fato de que nem todas as denúncias foram aceitas por unanimidade. Tivessem sido todas unânimes, para mim estava posta a intenção de "fazer bonito" aos olhos da opinião pública, sem compromisso com o julgamento que virá.
Sim, porque este, é só o primeiro passo. Ainda falta o devido processo legal, como dizem(os) os advogados. Aliás, isto me lembra que esta foi outro mérito da semana: falou-se português no Planário, paa que todos pudessem entender o que estava sendo dito e analisado. Quase nada se ouviu de latim ou juridiquês, mais um comportamento democrático.
Agora, resta ver como o processo caminhará. Resta saber como a mídia se comportará, se acompanhará ou não o desdobrar do processo. Resta saber se o Supremo continuará a ser eminentemente jurídico ou se fará ele o papel de engavetador.
Denúncias feitas contra os 40 acusados, resta saber, por fim, onde está Ali Babá.

Tuesday, August 28, 2007

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: ratificá-lo ou não o ratificar?

Carta à Dad Squarisi - Correio Braziliense

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: ratificá-lo ou não o ratificar?
Cara Dad,
Leio sempre sua coluna no Correio Braziliense e divirto-me com ela. O assunto tratado hoje - o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa - é, entretanto, motivo de indignação para mim. Em vez de refletir mudanças realmente necessárias na língua, é, em minha opinião, uma iniciativa boba e sem grandes benefícios práticos. Seus idealizadores já consideraram, por exemplo, que essas mudanças podem dificultar o aprendizado da língua portuguesa por estrangeiros ou mesmo por brasileiros em alfabetização?
Como saberão esses aprendizes se eloquente - sem trema - deve ser pronunciado como inconseqüente ou como quente? Ou se assembleia - sem acento agudo - tem a pronúncia de semeia ou papéis? Já se imaginou que o tiro pode sair pela culatra e que cada vez menos pessoas queiram - ou possam - aprender bem o nosso português?
Talvez me falte visão e me sobre radicalismo, mas acho que corretos mesmo estão nossos primos portugueses, que entendem que há outras questões muito mais sérias a serem resolvidas no país deles do que padronizar seu idioma com o do Brasil ou o de Cabo Verde. Pelo que me consta, Estados Unidos, Inglaterra e outros países anglófonos muito bem-sucedidos tampouco se preocupam em unificar as regras dos diferentes estilos de inglês que falam.
Adoro a língua portuguesa, mas acho que a maior preocupação dos brasileiros no momento é colocar político corrupto na cadeia, consertar estradas esburacadas e melhorar o sistema de saúde do país. É claro que a educação também é prioridade, mas para melhorá-la não temos de assinar ou ratificar grandes acordos. Precisamos é de vontade política e do mínimo de decência na administração pública.
Cordialmente,
Adriel Amaral.

Thursday, August 9, 2007

O novo Dalai Lama

Não são poucos os exemplos, na história da humanidade, em que Igreja e Estado se sobrepõem e até mesmo se confundem em suas atividades - não consigo deixar de lembrar das igrejas católicas de Salvador, no Pelourinho, que ao lado da bandeira do Divino Espírito Santo, ostentam também a bandeira do Estado da Bahia.

Mas esta agora, confesso, vai se tornar inesquecível para mim: o governo chinês chamou para si a responsabilidade pela identificação da nova reencarnação do Dalai Lama. Ou seja, se não tiver o carimbo do governo, nenhum novo Dalai Lama pode ser anunciado! É... separação entre os assuntos do céu e da terra, para quê?

Fica aí o link, para quem quiser conferir:
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=840459&div_id=299

Wednesday, August 8, 2007

Vitamina C

Acordo às seis da manhã, ouvindo, como se estivessem dentro de meu quarto, carros que conduzem ao trabalho, certeiros, pessoas que não precisam contorcer-se na cama agonizando diante de mais um dia que irrompe. Ainda tento uma última fuga da realidade enfiando, de bruços e desajeitadamente, a cabeça debaixo do travesseiro. A dor martiriza meu pescoço e resolvo tentar o outro lado, o direito. Não há mais o que fazer: o sol já vence a resistência das persianas e castiga minhas pupilas descobertas por pálpebras trêmulas e roxas. O nariz e a garganta foram, como cada centímetro quadrado de Brasília nesta época do ano, abandonados pela umidade. Tateio sobre o criado mudo um copo e deixo minha goela acreditar que pelo menos por aquele gole vale a pena começar o dia. Não sei por que razão, decido tomar também um comprimido de vitamina C que retiro de um frasco preenchido pela metade. Comecei a tomar essa vitamina para recuperar-me de uma cirurgia feita dois meses atrás. A oitava de meus trinta e um anos de sobrevida. Corte cicatrizado, ácido ascórbico abandonado. Talvez inconscientemente tenha voltado a tomar os comprimidos hoje porque fui advertido por um médico na semana passada de que a nona cirurgia pode ser iminente. Ou talvez espere que esse C entre, mesmo que minúsculo, em meu corpo, expulse o D que não me abandona, e dê um pouco de cor a minha vida.

Hoje não é quarta-feira e posso ficar em casa. Decidi que às quartas não fico mais em casa. Acho antiético levantar os pés para minha faxineira limpar a poeira sabendo que a limpeza semanal de meu apartamento é sua única fonte de renda atualmente. Prefiro que ela não tenha de contorcer-se na cama tentando entender por que essa renda, mísera, é paga por alguém que nem está trabalhando. Mas hoje é segunda-feira e ela não vem, então meu copo de café preto, sem açúcar, pode ser tomado debruçado no parapeito da janela, fitando o Paranoá. Poderia assistir ao noticiário, mas tristeza com raiva é combinação dolorosa demais. A cada vez que ouço nomes de senadores envolvidos em escândalos minha vontade é de jogar-me do quarto andar onde moro, já que não tenho coragem de ir ao Senado ou ao raio que me parta e cuspir na cara de cada um deles. Além disso, um quarto andar me renderia, no máximo, uma décima cirurgia.

Desde que decidi que minha carreira na ONU não fazia sentido, não consigo encontrar sentido em mais nada. Não é uma daquelas crises de depressão que atacam entre o fim de um namoro e o próximo aumento de salário. É daquelas que se sentem quando ainda se é jovem demais para saber o significado da palavra depressão e parecem que só vão acabar quando estiver tudo acabado. Pelo que me consta, emprego não me falta; só me falta disposição. Este ano mesmo tive um bom, no Ministério do Turismo. Custava-me, entretanto, convencer turistas a virem para o Brasil sem poder dizer-lhes que correm o risco de serem assaltados ainda na Linha Vermelha – recém-saídos do aeroporto – ou que, livres desse infortúnio, terão sorte se escaparem de um pilhagem em Copacabana. Isso se não morrerem com uma bala perdida na cabeça.
Alguns amigos me dizem que o melhor é fazer concurso público. Ainda não sei bem o motivo de não fazer um: não consigo decidir se é por pura apatia e preguiça ou se é por acreditar que eles só aumentam a mediocridade da administração pública brasileira, infestada de pessoas competentes – pois hoje em dia não é qualquer um que passa em concurso – que se esforçaram tanto para nunca mais terem de fazer qualquer esforço na vida. É a tal estabilidade, conceito que não domino.

Como meu nariz, minha pele e meu cabelo, meu copo de café também já está seco. Já que não é quarta-feira, decido eu mesmo dar uma geral na cozinha. Pego o filtro descartável que usei na cafeteira minutos antes e jogo-o no lixo com tocos de cigarro e resto de pão. Apesar de os alertas sobre a destruição do meio ambiente serem cada vez mais constantes nestes dias, na minha cidade, capital do país, ainda não existe um programa de reciclagem de lixo. Gostaria de reciclar minha vida.

Texto de Adriel Dutra Amaral.

Tuesday, July 17, 2007

Crônica de 176 mortes anunciadas

Desde ontem, não consigo pensar em outra coisa que não neste absurdo que foi o acidente da TAM em Congonhas (http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL72608-5605,00.html). O avião atravessou uma avenida movimentadíssima e parou do outro lado, dentro de um posto de gasolina. E nós, onde vamos parar?

Infelizmente, o "acidente" de ontem está há muito anunciado. A chamada crise aérea vem sendo tratada com descaso e com declarações que seriam cômicas, se não fossem trágicas e, pior, completamente inadequadas. Não há como "relaxar e gozar" (http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL51536-5601,00.html) quando se precisa viajar de véspera para não perder uma reunião no meio da manhã em outra cidade. Por mais que seja um "sinal de prosperidade" (http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL56557-5598,00.html), espaço aéreo em crise é, na verdade, entrave ao tão desejado - e alardeado - crescimento econômico brasileiro. E o "acidente" só aconteceu porque não ouviram o presidente da Infraero, que declarou que "melhor proteção para um avião não cair é ele não decolar"...(http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=363222). Melhor mesmo era ter ficado calado, como o ministro da defesa - aliás, por onde ele anda?

Me recuso a chamar o que aconteceu ontem de acidente. Para mim, foi um assassinato em massa, do qual são cúmplices todas as autoridades que, ao longo de anos, nada fizeram para resolver a situação da crescente demanda por transporte aéreo no país. Desde 2002 ouço falar de problemas no radar de Brasília. Ou seja, o problema aéreo não é novidade, não surgiu com a queda do avião da Gol, há quase 10 meses.

Mesmo que o problema seja uma falha humana e não a (má) qualidade da pista de Congonhas, há muito denunciada pelos pilotos, há uma falha na gestão do sistema aéreo, que permite um tráfego tão intenso, de aviões de grande porte, no meio de uma grande cidade como São Paulo.

O tal plano de modernização dos aeroportos brasileiros, em muitos casos, não passou de cosmética, de novas roupagens para terminais de passageiros que mais se pareciam com grandes galpões de carga. Muito pouco se fez em melhoria de segurança. Cosmética esta que foi usada como palanque de campanha, até com dupla inauguração, como no caso do aeroporto de Guararapes, em Recife.

No caso do aeroporto de Congonhas, me lembro que em setembro desembarquei lá e ouvi do taxista que me levava para o meu compromisso a triste história de que haviam tirado alguns tapumes e plantado tapetes de grama às pressas para que o presidente pudesse inaugurar as obras (inacabadas) do aeroporto. No dia seguinte, lá estavam todos os operários, continuando as obras recém "inauguradas".

O caso é que nem eu, nem ninguém, tem mais segurança para voar neste país. Nunca tive medo de avião mas, agora, já não sei se terei a mesma tranquilidade para dormir antes mesmo do avião decolar - ou para só acordar com ele em solo. Também não terei tranquilidade enquanto não tiver certeza de que pessoas conhecidas já estão sãs e salvas em seus destinos, sempre que alguém viajar.

Quero saber quantas mortes mais serão necessárias para que alguma providência de verdade seja tomada.

Wednesday, July 11, 2007

Guia culinario de Brasilia

Estou impressionada com a evolução culinária do Planalto Central. Enfim! Restaurantes com cardápios bem-feitos, com bons vinhos e em lugares agradáveis estão se espalhando pela cidade. Brasília começa também a curtir o lago.

Antes já existiam alguns restaurantes bons, como o Alice e o Universal (que desde que saiu do roteiro GLS passou a cobrar uma fortuna). Tinham outros medíocres e metidos a chiques também. Hoje começa a ter mais variedade em preços e gostos. Alguns que fui e gostei:

  1. Your’s – cardápio gostoso, apesar de terem passado demais o meu ao ponto e de terem servido açúcar com batidinha ao invés de batidinha com açúcar. Tem uma boa carta de vinhos a preço razoável.
  2. Empório da Mata – Zero no critério criatividade, porque roubaram o cardápio do Your’s. É literalmente igual, só mudam os nomes. Mas fazem bem também. O lugar é uma delícia para um domingo `a tarde ou uma noite fria para jantar `a beira da fogueira (estou tendo uns probleminhas com os acentos aqui). Os donos são muito simpáticos também.
  3. Azulejaria – vou falar mais pra frente do serviço em Brasília, mas o do Azulejaria foi o pior de todos. Tinham que fazer um teste de QI para os garçons de lá, que certeza que eles entram no Guiness. Fora isso, tem uns quitutes gostosos e o lugar é bem criativo.
  4. Não fui ao restaurante, mas gostei dos pratos do Convento.
  5. O Pontão continua o mesmo – e o Mormaii tem umas batidinhas muito boas, além de um monte de sucos e sanduíches natureba.
  6. Pizza gostosas... do Fortunata. Encheu até numa segunda à noite.
  7. Um que visitei, mas não comi por falta de mesa foi o Oliver do clube de Golfe. Ainda tentarei ir, porque a bacalhoada feita na pallejera me deixou com água na boca.

·Relíquias que não deveriam mudar nunca:

  • Carne de sol da 111 ou do Xique Xique
  • Quindim da padaria Delícia (estou comendo um com um cafezinho enquanto escrevo)

· Relíquias que deveriam fechar:

  • Frans confeitaria – a dona continua chata e agora o quindim é feito com gelatina! Ninguém merece.

· Nota ZERO: para o serviço em Brasília. Não fui a nenhum restaurante com o serviço decente. O do Azulejaria foi hors concurs, mas o do Your’s não ficou muito atrás. A confeitaria Rappel me deixou meia hora esperando um suco e os do Fortunata pareciam todos novatos. Do Empório da Mata pareciam bons comparados aos outros, mas também erraram várias vezes. Vale investir um pouco mais em treinamento.

Wednesday, July 4, 2007

Não é uma cassação, mas é uma boa notícia

O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), 70, renunciou hoje ao mandato parlamentar para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado.

mais...

Monday, July 2, 2007

Campanha do Ní

O Diogo Mainardi é um chato de galochas, mas hoje estou usando as botas dele. Disse que como no Monty Phython, se muitas pessoas juntassem para dizer Ní, conseguiríamos derrubar o Lula. Então, estou lançando a campanha do Ní. Aqui vai o meu: NIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII.

Em Brasília, se acreditam em profecias. Principalmente na de Dom Bosco*, que teria sonhado com o local da cidade. Brasília foi construída em forma de avião. Profecia do caos aéreo? Será que Lúcio Costa era parente de Nostradamus? E o Lula? O que esconde debaixo daquela barba grisalha?

E o caos continua. Eu consegui chegar da China, mas o pobre do meu cunhado tem três dias e três noites que está tentando chegar à Coréia. Já passou por Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Frankfurt e agora está em Doha. Tudo isso “por conta de um nevoeiro”. Ou será fumaça da torre de controle? Sinais de fumaça para comunicar com Brasília. Como era mesmo aquela do “onde há fumaça, há fogo”? Fogo e pileque. E querem construir Angra III.

Enquanto isso, na sala de Justiça... estão Renan, Roriz, e quem mais mesmo??? Ah, o pizzaiolo. Me vê uma brasileira aí, por favor!

Duas mil e quinhentas pessoas assassinadas em São Paulo neste ano. E estamos em julho. Playboys espancam empregada, a polícia “limpa” as ruas do Rio para o Pan e a pobre da Isabela Tainara foi seqüestrada, estuprada e esquartejada em Brasília.

Falência total do governo, da polícia, da moral e da autoridade. E Diogo Mainardi, que, quando perguntaram se sentia saudade do Brasil quando morava em Veneza, respondeu “se tivesse sentido, teria voltado.”

Ní.


* “Entre os graus 15 e 20, existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto onde se formava um lago. E então uma voz me disse, repetidamente: ‘Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel. Será uma riqueza inconcebível”
.

Friday, June 29, 2007

Chora Bananeira

Queria saber onde passou o dinheiro do metrô de Brasília...

A Cara de Pau

Sem cometários

Thursday, June 14, 2007

Hometown Baghdad

Para quem tem curiosidade de ler e ver blogs bem feitos, o Hometown Baghdad é um projeto super interessante, que mostra a realidade e o dia-a-dia de uma família em Bagdá, em 38 episódios. Muito diferente da imagem que mostram na TV. É muito mais real, mais humana...

Para visitar o site: Hometown Baghdad.

Tuesday, June 12, 2007

E a gente acha que só o Lula entorna...

O presidente francês não aguentou o tranco de beber com Putin.

Friday, June 8, 2007

Santo Brasileiro





















PS. Recebi essa charge por email. Quem conhecer o site do autor favor mandar um comentário, gostaria de fazer um link e dar créditos.

Wednesday, June 6, 2007

Resguardo no século XXI

Começo minha primeira participação aqui com uma palavrinha fora de uso: resguardo. No tempo da minha avó, significava o período de 40 dias após o parto, em que à nova mãe só estavam permitidas três coisas: repouso, canja de galinha e os cuidados com o bebê. Pois bem, sexta-feira completo um mês na minha mais nova profissão: mãe. Até então, sempre conciliei mais de uma profissão: assessoria jurídica, advocacia privada, docência... Agora, mal consigo tempo para conciliar a profissão de mãe com a de namorada do marido. Mas é o resguardo.

Encontrei uma pediatra para atender à minha filha que é uma reeducação para mim. Paraibana, logo na primeira consulta, sabedora de minhas raízes no Piauí, ela me perguntou: “menina, você não sabe o que é resguardo?”. A verdade é que, no século XXI, as mulheres assumiram tantas funções que se esqueceram destas essenciais, primitivas, instintivas. Resolvi, então, assumir que estou “de resguardo” – e suspender o sushi, os passeios ao shopping nas horas vagas (que ainda não existem) – para me dedicar a aprender esta nova profissão.

Todo este preâmbulo para justificar o que vem a seguir, as minhas impressões sobre dois acontecimentos: a fala do Sen. Renan Calheiros no Senado, acho que semana passada (já perdi a noção dos dias...) e a ação da Polícia Federal, que cumpriu um mandato de busca e apreensão na casa do Vavá, irmão do Presidente Lula, na Operação Xeque-Mate, com foco em caça-níqueis, atividade ilegal neste país. O preâmbulo é para justificar as minhas impressões, de uma mulher de resguardo e que, portanto, tudo o que sabe sobre o assunto leu ao folhear a Veja ou na capa de algum portal de notícias, ou talvez tenha ouvido na CBN ou no Jornal Nacional enquanto embalava a Carolina – atualmente, tentando lutar contra o sono no meu colo.

Sobre a Operação Navalha e o discurso do Sen. Calheiros – que não subiu à tribuna para evitar apartes – convenhamos, não é o Senado da República o melhor lugar para discutir a relação. É claro que ele devia explicações sobre o uso de um funcionário de empreiteira para pagar a pensão da filha, mas não precisava levar sua pobre esposa para, publicamente, passar pelo papel de Amélia traída. E não precisava, também, desqualificar tão duramente a relação com a filha – que não pediu pra nascer de um caso do senador com a jornalista. A “Casa” merecia um pouco mais de dignidade, se o senador acha que esposa e a filha não a mereciam.

Sobre a Operação Xeque-Mate, é inacreditável que com tanto a fazer pelo país afora, o Presidente precise dar explicações sobre o suposto envolvimento do irmão e do compadre em uma operação de desmantelamento de redes ilegais de jogos de azar.

Resumo da ópera, chego a duas conclusões. A primeira, de que as operações cinematográficas da Polícia Federal nos servem, ao menos, para descortinar a sujeira que antes pertencia apenas ao imaginário popular sobre corrupção. Resta saber onde vão terminar estas investigações – me recuso a sentir antecipadamente o cheiro de pizza. A segunda é de que, apesar dos movimentos na política, a economia brasileira vai bem, obrigada. Os escândalos já não a contaminam e o dólar cai, a bolsa bomba, o risco país despenca e a nave segue rumo ao investment grade. Vai enteder a cabeça do investidor...

Monday, June 4, 2007

George Bush passa dos limites

Além de cheiro de dinheiro e petróleo, a política de George Bush tem cheiro de naftalina. Como no seriado Dallas, assistimos à volta do poder pretolífero, a reprise da Guerra do Golfo, a insistência em não assinar o protocolo de Kyoto e em breve, os James Bond poderão ter os russos de volta no papel de malvados.

Os mais recentes tratados de não proliferação de armas virarão letra morta, assim que completarem dez anos. Poderemos então tirar das prateleiras, aqueles livros de relações internacionais empoeirados, que explicam os princípios de MAD – Mutually Assured Destruction - da corrida armamentista, da cortina de ferro... Os editores só precisarão incluir Guantánamo no capítulo sobre Cuba, ao lado da Crise da Baía dos Porcos.

Nessa semana, Putin esbravejou sobre a invenção Bushiana de colocar mísseis na República Tcheca. Apesar de não concordar com quase nada que o presidente russo faça, creio que nesse caso, faria o mesmo. Que provocação! E logo na República Tcheca, vista pela Rússia como antiga província rebelde.

Essa provocação leva as relações Rússia-EUA a um novo ápice de tensão. O governo Bush passou dos limites. Um absurdo desses seria motivo para impeachment na maioria dos países desenvolvidos do mundo. No entanto, depois de uma leitura da imprensa americana na internet, vejo que a notícia nem fez borbolhas.

A visita de Bush à Europa e o anúncio do intuito de colocar 10 mísseis anti-ataque “iraniano” na República Tcheca veio logo depois da “descoberta” de um complô para destruir o aeroporto JFK em Nova Yorque. Mais uma vez, o governo usa a tática do medo, eficaz desde os atentados de 11/9/01.

Se não fosse tão trágico, seria hilário.

Absurdos da justiça brasileira

Enquanto uns trabalham como condenados para adiantar processos e fazer andar a justiça brasileira, outros deixam passar erros básicos, em um atento à dignidade humana.

O absurdo aconteceu em Goiânia, onde um pedreiro passou 44 dias preso por um crime ocorrido quatro anos antes de ele nascer.

Reportagem da Folha:
O detido, João Batista Rodrigues da Silva, é homônimo do verdadeiro acusado por um homicídio, o que provocou o engano de policiais militares e civis.

Silva ficou preso na Casa de Prisão Provisória de Goiânia, local que abriga 1.240 detidos que aguardam julgamento. O erro só foi percebido quando ele ia ser liberado por um outro motivo --a prescrição do crime.

No momento da liberação, agentes repararam que documentos do preso indicavam mês e ano de seu nascimento: novembro de 1985. O homicídio que era a ele atribuído ocorreu em maio de 1981, também em Goiânia.

O alvará que traria a liberdade, porém, acabou o prejudicando. Como o documento não se referia ao João Batista preso --e sim ao homônimo acusado do crime-- ele foi obrigado a ficar mais 21 dias na prisão.

A situação só foi resolvida no dia 25 de maio, quando um juiz expediu um alvará de soltura se referindo expressamente ao pedreiro, mencionando a idade e a filiação dele. (ler mais)

Monday, May 28, 2007

Ensaio fotográfico

Vítimas do novo capitalismo chinês, as antigas ruas de Xangai estão sendo destruídas rapidamente. Aqui os últimos dias de Fangbang Lu.

Wednesday, May 9, 2007

O Brasil deveria usar o exemplo do programa brasileiro contra AIDS

O Brasil é um país de contradições. Muitas são ruins, como a indústria automobilística que produz milhares de carros por ano, mas nenhum que se preze. Nos critérios civilizados de segurança, não passa um (air bag como opcional?). Outro exemplo de contradição é a falência da VARIG e de todo o sistema aeronáutico do país. Não há estradas, não há trems e agora não tem avião. O programa pro-álcool é outra contradição. Bom para a ecologia, péssimo para os bóias-frias. Mas há boas contradições também. A EMBRAER é uma. Outra, é o programa contra AIDS.

Ontem o Presidente Lula anunciou que quebraria a patente do Efavirenz, medicamento produzido pela Merck. O remédio é um dos mais utilizados para o tratamento de AIDS. A disputa começou quando a empresa se negou a baixar o preço do Efavirenz ao nível do que oferece para a Tailândia. Como o Brasil é um dos poucos países em desenvolvimento que oferencem tratamento gratuito contra AIDS, o tratamento sairia - a preços normais - a US$580 por pessoa, por ano. Pagos pelo contribuinte.

Com a quebra da patente, o Brasil poderá importar um medicamento equivalente genérico, produzido na Índia. O tratamento sairá cerca de US$165 por pessoa, por ano. Exitem 200,000 pessoas no Brasil com a doença já desenvolvida e estima-se que 75,000 pessoas poderão usar o medicamento genérico.

O governo continuou a linha iniciada pelo governo FHC, de enfrentar a indústria farmacêutica e impôr um bom programa contra AIDS. O programa ganhou vários prêmios internacionais e é considerado um Rolls-Royce - em se tratando de programas em países sub-desenvolvidos (não estamos comparando o programa com o da Holanda, por exemplo).

O Brasil deveria usar o exemplo dessa vontade política em outras áreas. Ainda se morre de desidratação, disenteria e mesmo fome - apesar do programa Fome Zero. Acidentes de trânsito matam milhares por ano. A violência no Brasil mata mais que em zonas de conflito.

O Programa contra AIDS é prova de que, com um pouco de boa vontade, o governo consegue até "peitar" os gigantes farmacêuticos. Por que não fazer o mesmo em outras áreas?

Monday, May 7, 2007

Seu nome era Enéas



Há umas figuras que passam pelo mundo e deixam rastro. Hoje morreu Enéas. Gênio ou louco fugido do manicômio, nunca saberemos, mas com certeza tinha algumas idéias certas, outras nem tanto. Era honesto e revolucionou o horário eleitoral com seus discursos quase cômicos. E seu nome era Enéas.

Novo presidente da França



Os franceses terminaram enfim com o reinado de Jaques Chirac para começar uma nova era. Jovem, dinâmico e autoritário, Nicolas Sarkozy divide as opiniões francesas, mas ganha as eleições com uma boa margem no segundo turno.

Como Ministro do Interior ele deu essa entrevista a um blogger francês. Loïc Le Meur está longe, e não tenta, ser um bom jornalista, mas consegue entrevistas com pessoas interessantes. Escolhi essa para ilustrar a mudança de percepção em relação à mídia na internet.
Será que eu consigo uma entrevista com o Lula?