Ontem o Presidente Lula anunciou que quebraria a patente do Efavirenz, medicamento produzido pela Merck. O remédio é um dos mais utilizados para o tratamento de AIDS. A disputa começou quando a empresa se negou a baixar o preço do Efavirenz ao nível do que oferece para a Tailândia. Como o Brasil é um dos poucos países em desenvolvimento que oferencem tratamento gratuito contra AIDS, o tratamento sairia - a preços normais - a US$580 por pessoa, por ano. Pagos pelo contribuinte.
Com a quebra da patente, o Brasil poderá importar um medicamento equivalente genérico, produzido na Índia. O tratamento sairá cerca de US$165 por pessoa, por ano. Exitem 200,000 pessoas no Brasil com a doença já desenvolvida e estima-se que 75,000 pessoas poderão usar o medicamento genérico.
O governo continuou a linha iniciada pelo governo FHC, de enfrentar a indústria farmacêutica e impôr um bom programa contra AIDS. O programa ganhou vários prêmios internacionais e é considerado um Rolls-Royce - em se tratando de programas em países sub-desenvolvidos (não estamos comparando o programa com o da Holanda, por exemplo).
O Brasil deveria usar o exemplo dessa vontade política em outras áreas. Ainda se morre de desidratação, disenteria e mesmo fome - apesar do programa Fome Zero. Acidentes de trânsito matam milhares por ano. A violência no Brasil mata mais que em zonas de conflito.
O Programa contra AIDS é prova de que, com um pouco de boa vontade, o governo consegue até "peitar" os gigantes farmacêuticos. Por que não fazer o mesmo em outras áreas?
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