Tuesday, August 28, 2007

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: ratificá-lo ou não o ratificar?

Carta à Dad Squarisi - Correio Braziliense

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: ratificá-lo ou não o ratificar?
Cara Dad,
Leio sempre sua coluna no Correio Braziliense e divirto-me com ela. O assunto tratado hoje - o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa - é, entretanto, motivo de indignação para mim. Em vez de refletir mudanças realmente necessárias na língua, é, em minha opinião, uma iniciativa boba e sem grandes benefícios práticos. Seus idealizadores já consideraram, por exemplo, que essas mudanças podem dificultar o aprendizado da língua portuguesa por estrangeiros ou mesmo por brasileiros em alfabetização?
Como saberão esses aprendizes se eloquente - sem trema - deve ser pronunciado como inconseqüente ou como quente? Ou se assembleia - sem acento agudo - tem a pronúncia de semeia ou papéis? Já se imaginou que o tiro pode sair pela culatra e que cada vez menos pessoas queiram - ou possam - aprender bem o nosso português?
Talvez me falte visão e me sobre radicalismo, mas acho que corretos mesmo estão nossos primos portugueses, que entendem que há outras questões muito mais sérias a serem resolvidas no país deles do que padronizar seu idioma com o do Brasil ou o de Cabo Verde. Pelo que me consta, Estados Unidos, Inglaterra e outros países anglófonos muito bem-sucedidos tampouco se preocupam em unificar as regras dos diferentes estilos de inglês que falam.
Adoro a língua portuguesa, mas acho que a maior preocupação dos brasileiros no momento é colocar político corrupto na cadeia, consertar estradas esburacadas e melhorar o sistema de saúde do país. É claro que a educação também é prioridade, mas para melhorá-la não temos de assinar ou ratificar grandes acordos. Precisamos é de vontade política e do mínimo de decência na administração pública.
Cordialmente,
Adriel Amaral.

1 comment:

Anonymous said...

Eu acho que tinha que simplificar tudo, aí ficaria fácil para qualquer um aprender.
Veja só, se somente 5% da população fala "estupro", muda logo para "estrupo" e deu para bola. Vamos com os outros 95%. Essas coisas servem só para estes 5% ficarem corrigindo o resto.
Padroniza tudo!!! Para que "Ç", meu Deus??? Para que "C" com som de "S", "S" com som de "Z", "Z" com som de "X", "X" com som de "CH"... E "SS" então??? É o fim do mundo. Letra sem som ("H"), para que isso??? Só para gastar tinta e destruir o meio ambiente.
Olha só que fácil: caza, xalera de xá (o "i" também é totalmente dispensável, ninguém fala), ospital, bóquis de banheiro, toalia, testo do Agriel, e por aí vai...
Além disso, devemos mudar tudo para que os 95% da população possam não ser mais discriminados pela elite burguesa. (sem essa também de descriminado e discriminado, eminente e iminente, chá e xá, despercebido e desapercebido...).
Vamos colocar tudo como o povo fala: mortandela, salxixa, iorgute, inguinorante, mindingo, partilera, pilurito, conzinha...

E, para finalizar, mudaremos nosso hino nacinal que ninguém sabe cantar, e os que sabem cantar não sabem o que quer dizer, para uma composição especialmente elaborada em homenagem ao povo brasileiro pelo Bruno & Marrone.

Abaixo à burguesia lingüística y viva la revolución!!!!

PS: Vou mandar isso com cópia para o Hugo Chavez.