Tuesday, July 17, 2007

Crônica de 176 mortes anunciadas

Desde ontem, não consigo pensar em outra coisa que não neste absurdo que foi o acidente da TAM em Congonhas (http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL72608-5605,00.html). O avião atravessou uma avenida movimentadíssima e parou do outro lado, dentro de um posto de gasolina. E nós, onde vamos parar?

Infelizmente, o "acidente" de ontem está há muito anunciado. A chamada crise aérea vem sendo tratada com descaso e com declarações que seriam cômicas, se não fossem trágicas e, pior, completamente inadequadas. Não há como "relaxar e gozar" (http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL51536-5601,00.html) quando se precisa viajar de véspera para não perder uma reunião no meio da manhã em outra cidade. Por mais que seja um "sinal de prosperidade" (http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL56557-5598,00.html), espaço aéreo em crise é, na verdade, entrave ao tão desejado - e alardeado - crescimento econômico brasileiro. E o "acidente" só aconteceu porque não ouviram o presidente da Infraero, que declarou que "melhor proteção para um avião não cair é ele não decolar"...(http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=363222). Melhor mesmo era ter ficado calado, como o ministro da defesa - aliás, por onde ele anda?

Me recuso a chamar o que aconteceu ontem de acidente. Para mim, foi um assassinato em massa, do qual são cúmplices todas as autoridades que, ao longo de anos, nada fizeram para resolver a situação da crescente demanda por transporte aéreo no país. Desde 2002 ouço falar de problemas no radar de Brasília. Ou seja, o problema aéreo não é novidade, não surgiu com a queda do avião da Gol, há quase 10 meses.

Mesmo que o problema seja uma falha humana e não a (má) qualidade da pista de Congonhas, há muito denunciada pelos pilotos, há uma falha na gestão do sistema aéreo, que permite um tráfego tão intenso, de aviões de grande porte, no meio de uma grande cidade como São Paulo.

O tal plano de modernização dos aeroportos brasileiros, em muitos casos, não passou de cosmética, de novas roupagens para terminais de passageiros que mais se pareciam com grandes galpões de carga. Muito pouco se fez em melhoria de segurança. Cosmética esta que foi usada como palanque de campanha, até com dupla inauguração, como no caso do aeroporto de Guararapes, em Recife.

No caso do aeroporto de Congonhas, me lembro que em setembro desembarquei lá e ouvi do taxista que me levava para o meu compromisso a triste história de que haviam tirado alguns tapumes e plantado tapetes de grama às pressas para que o presidente pudesse inaugurar as obras (inacabadas) do aeroporto. No dia seguinte, lá estavam todos os operários, continuando as obras recém "inauguradas".

O caso é que nem eu, nem ninguém, tem mais segurança para voar neste país. Nunca tive medo de avião mas, agora, já não sei se terei a mesma tranquilidade para dormir antes mesmo do avião decolar - ou para só acordar com ele em solo. Também não terei tranquilidade enquanto não tiver certeza de que pessoas conhecidas já estão sãs e salvas em seus destinos, sempre que alguém viajar.

Quero saber quantas mortes mais serão necessárias para que alguma providência de verdade seja tomada.

Wednesday, July 11, 2007

Guia culinario de Brasilia

Estou impressionada com a evolução culinária do Planalto Central. Enfim! Restaurantes com cardápios bem-feitos, com bons vinhos e em lugares agradáveis estão se espalhando pela cidade. Brasília começa também a curtir o lago.

Antes já existiam alguns restaurantes bons, como o Alice e o Universal (que desde que saiu do roteiro GLS passou a cobrar uma fortuna). Tinham outros medíocres e metidos a chiques também. Hoje começa a ter mais variedade em preços e gostos. Alguns que fui e gostei:

  1. Your’s – cardápio gostoso, apesar de terem passado demais o meu ao ponto e de terem servido açúcar com batidinha ao invés de batidinha com açúcar. Tem uma boa carta de vinhos a preço razoável.
  2. Empório da Mata – Zero no critério criatividade, porque roubaram o cardápio do Your’s. É literalmente igual, só mudam os nomes. Mas fazem bem também. O lugar é uma delícia para um domingo `a tarde ou uma noite fria para jantar `a beira da fogueira (estou tendo uns probleminhas com os acentos aqui). Os donos são muito simpáticos também.
  3. Azulejaria – vou falar mais pra frente do serviço em Brasília, mas o do Azulejaria foi o pior de todos. Tinham que fazer um teste de QI para os garçons de lá, que certeza que eles entram no Guiness. Fora isso, tem uns quitutes gostosos e o lugar é bem criativo.
  4. Não fui ao restaurante, mas gostei dos pratos do Convento.
  5. O Pontão continua o mesmo – e o Mormaii tem umas batidinhas muito boas, além de um monte de sucos e sanduíches natureba.
  6. Pizza gostosas... do Fortunata. Encheu até numa segunda à noite.
  7. Um que visitei, mas não comi por falta de mesa foi o Oliver do clube de Golfe. Ainda tentarei ir, porque a bacalhoada feita na pallejera me deixou com água na boca.

·Relíquias que não deveriam mudar nunca:

  • Carne de sol da 111 ou do Xique Xique
  • Quindim da padaria Delícia (estou comendo um com um cafezinho enquanto escrevo)

· Relíquias que deveriam fechar:

  • Frans confeitaria – a dona continua chata e agora o quindim é feito com gelatina! Ninguém merece.

· Nota ZERO: para o serviço em Brasília. Não fui a nenhum restaurante com o serviço decente. O do Azulejaria foi hors concurs, mas o do Your’s não ficou muito atrás. A confeitaria Rappel me deixou meia hora esperando um suco e os do Fortunata pareciam todos novatos. Do Empório da Mata pareciam bons comparados aos outros, mas também erraram várias vezes. Vale investir um pouco mais em treinamento.

Wednesday, July 4, 2007

Não é uma cassação, mas é uma boa notícia

O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), 70, renunciou hoje ao mandato parlamentar para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado.

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Monday, July 2, 2007

Campanha do Ní

O Diogo Mainardi é um chato de galochas, mas hoje estou usando as botas dele. Disse que como no Monty Phython, se muitas pessoas juntassem para dizer Ní, conseguiríamos derrubar o Lula. Então, estou lançando a campanha do Ní. Aqui vai o meu: NIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII.

Em Brasília, se acreditam em profecias. Principalmente na de Dom Bosco*, que teria sonhado com o local da cidade. Brasília foi construída em forma de avião. Profecia do caos aéreo? Será que Lúcio Costa era parente de Nostradamus? E o Lula? O que esconde debaixo daquela barba grisalha?

E o caos continua. Eu consegui chegar da China, mas o pobre do meu cunhado tem três dias e três noites que está tentando chegar à Coréia. Já passou por Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Frankfurt e agora está em Doha. Tudo isso “por conta de um nevoeiro”. Ou será fumaça da torre de controle? Sinais de fumaça para comunicar com Brasília. Como era mesmo aquela do “onde há fumaça, há fogo”? Fogo e pileque. E querem construir Angra III.

Enquanto isso, na sala de Justiça... estão Renan, Roriz, e quem mais mesmo??? Ah, o pizzaiolo. Me vê uma brasileira aí, por favor!

Duas mil e quinhentas pessoas assassinadas em São Paulo neste ano. E estamos em julho. Playboys espancam empregada, a polícia “limpa” as ruas do Rio para o Pan e a pobre da Isabela Tainara foi seqüestrada, estuprada e esquartejada em Brasília.

Falência total do governo, da polícia, da moral e da autoridade. E Diogo Mainardi, que, quando perguntaram se sentia saudade do Brasil quando morava em Veneza, respondeu “se tivesse sentido, teria voltado.”

Ní.


* “Entre os graus 15 e 20, existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto onde se formava um lago. E então uma voz me disse, repetidamente: ‘Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel. Será uma riqueza inconcebível”
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